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Archive for 13 de agosto de 2022

A.c. Por rastejamento

Rastejar, é quase certeza ter sido um dos primeiros verbos que os nossos antepassados colonizadores aprenderam a soletrar, até mesmo por carecimento de sobrevivência. Rastejar tem sido uma constante das populações primitivas que

pouco a pouco vai se diluindo com a artificialização do homem.

O sertanejo seridoense, pela significação de uma vida mais achegada à terra é, mais das vezes, em grau de mestre ou de aprendiz, capaz de “tirar um rasto”

Mestre como o velho Possidônio Avelino da Costa, morador na Serra Padre (Acari, RN), que lá pelas idas eras de quarenta, rastejou por toda uma noite de lua pelo lombo da Serra do Bico até Gargalheiras – os cabras que haviam assaltado seu vizinho – o velho Claudino Gogó. Mestre como o negro Olynto Ignácio (1892-1946), vaqueiro por muitos anos na ribeira do Camaragibe (FZ. Lagoa Nova, S. Paulo do Potengi, RN), que nos confidenciava: “a gente dessa terra, tanto faz eu olhá a cara como o rasto…

(Oswaldo Lamartine)

As vistas do que se passou se deve o olhar bem futuro, por ter sentido o aprendizado é que se apruma a caminhada. Então, uma vez que se faz o novo com esmero e cuidado para os resultados, não é mesmo possível ignorar o passado. Foi a partir dessa premissa que a construção da exposição “Rastejar— no rasto de Lamartine” foi gestada.

Entre os dias 30 de julho e 17 de agosto esteve em cartaz na pinacoteca do estado. Também conhecido como Palácio da Cultura no centro de Natal-RN.

Sobre o conceito da mostra, Vlademir resume: “É uma provocação à percepção de um Nordeste a partir de sua essência, um ensaio fotográfico de imersões para o universo da linguagem, da origem e da identidade sertaneja a partir dos escritos de Oswaldo Lamartine que, após o ano de seu centenário, propõe ressignificar o lugar, uma vivência possível no aportar ao tempo, o espírito e o fazer sertanejo do homem e da mulher do campo como atores de suas crenças e edificadores do imaginário popular”.

Impressas no melhor material “canvas museum” para fine art, as 37 telas de tamanhos variados possuem 100 anos de garantia e estarão à venda o contato feito no site do autor (https://vlademiralexandre.wixsite.com/vlademiralexandre/slideshow). A exposição conta com apoio da Fundação José Augusto.

A TV Assembleia esteve conosco gravando um lindo programa para o Momento Cultural. Veja como foi.

(Vlademir Alexandre)

Sobre Vlademir Alexandre

Cientista social e fotojornalista, trabalha com mídia visual, fotografia e produção de vídeo há 27 anos. É arte educador e professor de fotografia.

 

Membro do Coletivo daFOTO!, atua em assessoria institucional nas áreas de indústria, legislativa, campanhas políticas e publicitárias, jornais (Tribuna do Norte, Estado de São Paulo, Novo Jornal) e revistas nacionais e do RN. Já produziu para instituições como Petrobras, Governo do Estado, Assembleia Legislativa, SENAC, Câmara Municipal e Prefeitura do Natal.

Criador do Blog Além do Mar, discute desde 2009 o turismo rural e desenvolvimento sustentável como alternativa. Educador em projetos de fotografia como ferramenta didática e conceitual em abordagens individuais e por meio de coletivos e ONG’s, é escritor, cursando Ciências Sociais. Foi vencedor e teve menção honrosa em concursos como Sindipetro, IDEMA, Brahma e SENAC MG. É coordenador e proponente do livro Seis Formas de Ver o mundo (2021) e fez a direção das entrevistas Foto Coletiva, codireção e fotografia websérie Autorretrato (2021).

 

 

Como nada anda dissociado nem ao mesmo faz-se sem lançar mão da coletividade, muitas foram as pessoas que construíram todo esse processo que culminou em uma bela exposição disponível ao grande público.

Com apoio da Fundação José Augusto em nome de Seu presidente Crispiniano Neto e toda equipe que se dedicou, do empenho de parcerias fundamentais para o sucesso que  alcançamos no feito de tornar real é palpável este projeto.

Agradecer a Conceito que em nome de Ana Albuquerque confeccionou os quadros em impressões primorosas, a Gustavo Lamartine que construiu a identidade visual das artes, a Rosinha, jornalista que deu apoio na divulgação, a Synara Kllyni da Casa Kllyni que serviu um na abertura sua gastronomia de alto padrão, a Duda da Boneca e o sanfoneiro Luan Carlos que deram sonoridade e poesia sertaneja ao lançamento e todos da pinacoteca que ajudaram a montar e receber cada visitante no período de exposição.

(Vlademir Alexandre

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